sábado, 3 de setembro de 2011

Menos massificados, grupos brasileiros usam shows e internet para chegar ao Rock in Rio

Em 2001, o Brasil viu o seu último Rock in Rio. No tempo que se passou até a edição nacional seguinte (que começa no próximo dia 23), o rock brasileiro mudou bastante: nomes fortes desapareceram ou perderam gás, as rádios e a MTV diminuíram seu espaço para o gênero, os shows internacionais ficaram mais comuns, a internet mudou todo o jogo da divulgação, e a distribuição da música e as grandes gravadoras deixaram de apostar na cena, ocupadas com outras ondas. Mesmo assim, uma nova geração de rock surgiu e se desenvolveu nesses dez anos. E está representada no Rock in Rio 2011: NX Zero, Pitty, Detonautas Roque Clube e Gloria (no palco Mundo, o principal), Matanza, Cidadão Instigado e Móveis Coloniais de Acaju (no palco Sunset). Cada um com sua história.


Uma grande força do rock brasileiro dos anos 2000, o NXZERO (que surgiu logo depois do último Rock in Rio e comemora a primeira década com o CD e o DVD “Multishow Ao Vivo — NX Zero 10 anos”), analisa o estado de coisas no Brasil.
• Hoje, está cada vez mais difícil de botar um rock na rádio. Só a canção acústica, mais leve... A gente faz o possível, dentro do nosso limite — diz o guitarrista Gee Rocha, que conta que a banda foi uma das primeiras do rock brasileiro a se valer de uma novidade fundamental. • Em 2001, a internet começou a bombar. A gente não tinha dinheiro, então gravava música acústica e botava ela em sites de mp3. Nossa divulgação começou por aí. Com isso, tocamos de norte a sul do país. Viajávamos 20 horas de van e montávamos nosso próprio palco — diz Gee.
Muitas vezes, tínhamos que tocar duas vezes a mesma música, para aquela galera que só conhecia os >ita<hits do NX Zero — diz o vocalista Di Ferrero.
O passo seguinte do NX Zero foi a contratação pelo selo Arsenal, do produtor Rick Bonadio, que é ligado à gravadora multinacional Universal Music. Foi o que abriu o caminho nas rádios, nas TVs e, daí em diante, nos grandes festivais de música do país. O que pôs a banda em situações inesperadas. 
Antes, a gente vivia num nicho. Agora, toca com o Thiaguinho, do Exaltasamba — reconhece Gee.
O jovem não sabe mais do que vai gostar. O boom do sertanejo tirou o espaço de bandas maiores do rock, como o NX Zero e o Fresno — diz Mi, vocalista do Gloria.
Tem o mercado, mas tem sempre o público fiel, aquele que vai pedir a música mais pesada. É o que a gente conquistou, é a nossa base — festeja Di Ferrero.


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